Buscapé

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Diante do Muro


É de pedra, emoção, tijolo e terra o meu lamento.
Pelas mulheres que não podem rezar.
Pelos homens que desaprenderam a amar.
Pelas crianças esquecidas.
Pelo adoecer repentino.
Pelos encontros tão doídos.
Pelo diálogo surdo.
Pela polêmica vazia.
Congresso de azia.
Pelo grito mudo.
Vida no escuro.
Rua sem lua.
Pelo amor de Deus, que lê os bilhetes do mundo.
É de letra, luz, rascunho e rima o meu intento.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Dinheiro e Felicidade

Tem gente que mora em mansão e vive em depressão.
Tem gente que faz um puxadinho e distribui alegria.
Tem gente que lota o cofrinho.
Tem gente que quebra ele em mil pedaços.
Tem gente que torra tudo em roupa, cerveja e buteco.
Tem gente que é sobrinho assumido do Tio Patinhas.
Tem gente que precisa ter, ter, ter e não sabe o que é ser.
Tem gente que vai pra Disney e reclama o dia todo.
Tem gente que namora vendo Supercine com pipoca.
Tem gente que sabe ganhar dinheiro.
Tem gente que só sabe perder.
E você?
Qual é a sua relação com o dinheiro?

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Perolices profissionais


Para as crianças, profissão é um assunto que não costuma causar muita polêmica. 
A boa e velha frase "O que você vai ser quando crescer?" traz algumas respostas na ponta da língua.
A Bella, por exemplo, já decidiu que vai ser psicóloga, escritora, cozinheira e professora. 
O Léo quer ser engenheiro de lego, arquiteto, ator e diretor de filmes de ação. De 007 pra cima.
Aí eles crescem e, na hora H, percebem que escolher a profissão da sua vida não é algo tão simples assim.
Dá-lhe angústia. Dá-lhe dúvida. Dá-lhe sessão de terapia e teste vocacional para definir 
seu ganha-pão, sua rotina diária, seu brilho nos olhos. (O fundamental brilho nos olhos.)
E aí um dia, além de profissionais, eles viram pai e mãe, sempre apressados para trabalhar,
e ainda tendo que parar para explicar aos filhos o que significa essa correria toda:
- Mas, mamãe, por que você tem que trabalhar? Vou ficar com saudade!...
- Por que a mamãe tem que ganhar dinheiro para pagar a escola, pagar a nossa ajudante,
comprar coisas gostosas pra gente comer... Suas roupas, seus brinquedos,
sua festa de aniversário, tudo custa dinheiro. 
Mas não é só por isso, minha filha: a mamãe adora trabalhar.
Vejo algumas mães sofrendo, carregando uma tonelada de culpa nas costas porque trabalham fora.
Elas se esquecem do modelo importante que são para os filhos:
modelo de gente trabalhadora, batalhadora, realizada, feliz.
E, apesar da saudade, os pequenos vão se enchendo de orgulho dos pais.
Outro dia a Bella estava numa prosa animada com a Sofia, uma de suas amigas prediletas,
justamente sobre esse assunto:
- Sabia, Bebella, que o meu pai é presidente da escola? (...)
- Pois o meu é síndico. Ele manda no prédio todo. (!)

sábado, 23 de novembro de 2013

Falta


A história você já conhece: 
a gente nasce, cresce, envelhece e morre um dia.
(Não necessariamente nesta ordem.)
Mas o tal do morrer assusta, 
por mais "natural" que seja. 
É que o "natural" também passa 
pelo forte impacto do factual, 
da concretude da perda, do fim mais finito. 
Quem parte vai virar etéreo, anjo, estrela,
na melhor explicação que costuma se dar às crianças.
Quem fica precisa se acostumar com a presença 
doída, moída, torturante de uma ausência 
que não estava no script, 
apesar de lá estar desde sempre.
Por mais rezas e velas acesas, 
somos acostumados ao material.
Somos afetivamente, 
emocionalmente materialistas por natureza.
O telefone que toca. O colo que acolhe. 
A voz que pergunta como foi o dia. 
O comprimido, a alergia, a mudança de tempo. 
Os pés entrelaçados na cama. 
O perfume, o toque, o braço que abraça. 
O termômetro que atesta a febre, 
o copo de leite, a roupa cheirando à amaciante, 
o fio de cabelo no travesseiro.
As gavetas, o criado-mudo, o prato predileto, 
a risada inconfundível.
O controle-remoto, o Jornal Nacional, 
o sofá agora imenso.
As manias, os sapatos, a cabeceira vazia.
E aí vem a missa de sétimo, vigésimo, milésimo dia.
Só o tempo para serenar a dor 
e acalmar esse mar revolto 
que um dia quase afundou seus olhos.
Quem se foi nunca precisou ter ido, essa é a verdade. 
Quem se foi jamais se vai. 
Vira estrela dentro da gente, 
pulsando no coração há de eterno.
Tão dentro, tão perto, tão luz, tão sempre.
Saudade muda de nome, perde o sentido, perde o rumo. 
Saudade a gente sente de quem está longe.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Avance sempre

Na vida as coisas, às vezes, andam muito devagar. Mas é importante não parar. Mesmo um pequeno avanço na direção certa já é um progresso, e qualquer um pode fazer um pequeno progresso.

Se você não conseguir fazer uma coisa grandiosa hoje, faça alguma coisa pequena.
Pequenos riachos acabam convertendo-se em grandes rios.

Continue andando e fazendo.

O que parecia fora de alcance esta manhã vai parecer um pouco mais próximo amanhã ao anoitecer se você continuar movendo-se para frente.

A cada momento intenso e apaixonado que você dedica a seu objetivo, um pouquinho mais você se aproxima dele.

Se você pára completamente é muito mais difícil começar tudo de novo.

Então continue andando e fazendo. Não desperdice a base que você já construiu. Existe alguma coisa que você pode fazer agora mesmo, hoje, neste exato instante.

Pode não ser muito mas vai mantê-lo no jogo.

Vá rápido quando puder. Vá devagar quando for obrigado.
Mas, seja, lá o que for, continue. O importante é não parar!!!

Autor desconhecido

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Sou

Amo.
Sinto.
Penso.
Choro.
Vivo.
Morro.
Brinco.
Corro.
Sou coletânea de verbos, olhos, raízes, histórias.
Sou sangue, suor. Palavra. Ação.
Sou dúvida, resposta. Inverno. Emoção.
Sou eu. Sou você.
Sou música, lua. Estrada. Rua.
Sou fruto de um amor colhido cedo.
Sou bom dia. Vento. Alegria.
Sou sol. Si bemol. Jardineira na janela.
E você?
Qual é a sua graça?
 Queira se apresentar.